Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista

A pergunta do título deve ser feita pelo próprio governador. Quem são, de fato, os gestores que estão comprometidos com o projeto político vigente no estado, liderado pelo chefe do Executivo estadual?
Neste período que antecede o pleito eleitoral de 2026, tem sido recorrente ouvir pré-candidatos declarando que têm o comando de dezenas de prefeituras no estado. O deputado A afirma ter 42 prefeituras; o deputado B, 47; o deputado C, mais 22 istrações sob seu controle – e assim por diante. A mesma lógica de contagem se aplica aos partidos políticos.
Essa tem sido a tônica no jogo psicológico de pressão pré-eleitoral: todos dizem ter prefeituras sob seu comando. E Elmano? Quantas, de fato, tem?
Esse cálculo se faz necessário por uma razão óbvia. Já faz algum tempo que as eleições na capital cearense demonstram um certo equilíbrio do eleitorado, independentemente de partido. Foi assim nas disputas entre Capitão Wagner e Roberto Cláudio; Capitão Wagner e José Sarto; e, agora, no último pleito entre Evandro Leitão e André Fernandes. Diferenças mínimas marcaram o segundo turno dessas eleições. Antes mesmo da polarização, Fortaleza já era um campo eleitoral altamente dividido.
Partindo dessa premissa, a divisão na capital cearense, o interior a a ter ainda mais relevância. Os gestores municipais terão um peso maior, e aí entra o grande “X” da questão: quem está com quem? Esse pêndulo oscilante de movimentos políticos, ao fim e ao cabo, está com o governador ou com os deputados e partidos?
Camilo Santana, ainda enquanto governador, promoveu a migração de alguns gestores de diferentes siglas para o PSB, que à época ficava sob o comando de seu pai, Eudoro Santana. Mas esses gestores ainda estão com ele ou já se dispersaram?
Qual é a real força de lideranças políticas como Cid Gomes, Domingos Filho, José Guimarães, Eunício Oliveira, Chiquinho Feitosa, Camilo Santana e o próprio Elmano de Freitas? As declarações que circulam soam, por vezes, como se o governador estivesse isolado, sem prefeitos sob sua liderança.
Esse raciocínio é simples: no interior, a força exercida por prefeitos sobre vereadores é esmagadora. Não há espaço para questionamentos, por mais simples que sejam, ou se está com a gestão, ou se está fora dela. O governo federal também exerce um peso político determinante nos estados. Foi assim com a direita, sob Jair Bolsonaro, e continua sendo com a esquerda, sob Lula.
As indefinições para o pleito de 2026, sobretudo no que diz respeito à chapa majoritária, cercam tanto a ala governista quanto a oposição.
Todos os cálculos precisam ser feitos com critério, de ambos os lados. Quais nomes oscilam favoravelmente nesse pêndulo? Quais deles podem implodir uma chapa ao longo da jornada? Nome, histórico, vida política, base de votos, número de prefeitos fiéis à liderança, taxa de conhecimento no estado e trajetória político-partidária – tudo conta. Cada detalhe importa e não pode ar despercebido, pois o adversário, certamente, o usará.
Na Arte da Guerra, Sun Tzu ensinava que “conhecer o inimigo e a si mesmo é o segredo da vitória”. Elmano conhece seus adversários e seus aliados? Essas questões só ele pode responder, ou em 2026, as urnas responderão por ele.